O Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day) é celebrado anualmente na quarta
quinta-feira do mês de novembro. Foi declarado oficialmente como feriado nacional nos EUA em 1941 pelo então presidente Franklin
Roosevelt, antes disso, muitas datas existiram para o que é hoje considerado como uma data legitimamente norte-americana (outros
lugares como o Canadá também celebram essa data, mas não no mesmo dia). Muitas pessoas comemoram a data com jantares reunindo
toda família ou aproveitam o feriadão para viajar. Nas escolas as crianças costumam fazer peças teatrais mostrando peregrinos
e nativos norte-americanos celebrando uma colheita de outono em comunhão.
Mas o ato de Ação de Graças não foi criado nos Estados Unidos. Povos antigos como os gregos, judeus e chineses costumavam
fazer festivais no período do outono que duravam dias agradecendo pela colheita e pelo bom tempo. Os gregos reverenciavam
Deméter, a deusa do trigo e dos cereais, que em Roma era chamada de Ceres (daí o nome “cereal”). Os antigos chineses
faziam uma festa que celebrava a lua cheia com bolos redondos chamados de “bolo de lua”.
Os puritanos irlandeses, que vieram em massa habitar as colônias do território
norte-americano também realizavam atos de agradecimento a Deus depois de períodos de comida escassa ou de extremo sofrimento.
Um grande número deles veio ao Novo Mundo (como era chamada a América naquele tempo) para fugir da perseguição religiosa na
Irlanda e Inglaterra. Mais de cem puritanos chegaram a Plymouth, hoje Massachusetts, em 1620 em uma embarcação chamada de
Mayflower. Poucos deles conseguiram sobreviver na nova terra depois de um inverno rigoroso.
Em 1621 um nativo Patuxet chamado Squanto que falava inglês, fez contato com os colonizadores.
Esse contato foi garantia de sobrevivência para os novos habitantes, pois os nativos norte-americanos ensinaram como extrair
seiva das árvores e como plantar milho. Depois de uma colheita bem-sucedida, William Bradford, governador dos puritanos, decidiu
realizar um banquete de celebração e agradecimento, convidando nativos norte-americanos para participarem da celebração.
Claro que momentos como esse eram raros de acontecer. Perseguições de nativos
por colonizadores eram constantes e esses acabaram por dizimar muitas das tribos locais. Similar com o que aconteceu aqui
no Brasil.
Com o passar dos séculos, muitos estados adotaram
diferentes datas para celebrar o Dia de Ação de Graças. Até que em 26 de dezembro de 1941 o presidente Franklin Roosevelt
assinou um projeto de lei, estipulando a quarta quinta-feira de novembro como o Dia de Ação de Graças.
O maior símbolo do Dia de Ação de Graças é o peru. Mais de 90% da população come peru nesse dia. O Dia de Ação de Graças,
para muitos é chamado de Dia do Peru.
Todo ano há uma tradição
na casa branca. O presidente dos EUA captura um peru na noite anterior ao Dia da Ação de Graças, que passa a viver no Kidwell
Farm, uma espécie de zoológico na Virgínia. Há 50 anos o presidente Harry Truman começou essa tradição que é seguida ininterruptamente
todos os anos.
Nos EUA, além do peru, outros tipos de comidas
são tradicionalmente servidas como refeições nesse dia. Além do peru assado, pratos feitos com batatas, abóbora e amoras são
tradição na mesa dos norte-americanos. Muitos desses pratos foram, na verdade, cultivados pelos nativos e introduzidos para
os europeus quando chegavam.
Desfiles e esportes também marcam
esse dia, muitos deles patrocinados por lojas para incentivar o início das compras de Natal.
Muitos detalhes do Dia de Ação de Graças nos EUA são mitos que se desenvolveram principalmente
após a Guerra Civil, no início do século XX, como um esforço coletivo para a formação de uma identidade nacional.
Por
prof. Cristiano Guimarães







